sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tenho que parar de seguir meu passado, assim como uma sombra, pelos calcanhares. Eu o persigo, não o deixo em paz um só momento. E nisso, meu presente se perde e se desfaz. Se faz miúdo, insignificante, para só ter sentido quando se tornar passado. Esse sim, importante, grandioso e... acabado. Finito como um ponto final mas reticente porque volta, sempre, em minha memória. Tá aí meu martírio cotidiano, cultivado com carinho e melancolia. Uma vida repleta de sonhos e memórias que não constroem nada. Um castelo de areia à beira mar, bem rente às ondas, que vêm e vão, destroem-no e eu o reconstruo, com outros grãos, bordando cada torre com cuidado, mesmo sabendo que elas irão cair novamente e novamente... A arte de construir e destruir. E construir. E destruir. E construir... Eternamente...

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