sábado, 2 de abril de 2011

Falta pouco mais de uma hora para amanhecer. Eu tenho um celular igual ao dele, igualzinho ao que ele tinha e estou aqui, acordada, há mais de 3 mil quilômetros de distância. O celular não me aproxima de nada nem ninguém agora. Tenho bebido pouca água, sou viciada em carboidratos, quase não me esqueço de nada, parei de fumar há uns 10 dias, faz tempo que não sei o que é um porre e não me lembro da última vez que transei. Sou um zumbi, praticamente. O meu fuso-horário é trocado, assim como outras coisas minhas não são iguais às das outras pessoas. Normais. Parei de fumar porque tenho medo de morrer de câncer mas não tomo meu remédio pra gastrite que insisto em cultivar. Tenho vontade de fazer xixi e prendo, tenho sono e não durmo, tenho fome e... como. Mas tenho vontade de ligar e não ligo. De saber como está e não sei. Acho lindo os contos de fadas mas me sinto a única idiota no mundo com 28 anos que ainda vê graça nisso. Tenho 28 anos. Vinte e oito. Elizabeth Taylor com a minha idade exalava sexo. Eu me sinto com mais de 50 anos pra isso. Me arrasto como um mastodonte pra ir daqui ali na esquina, que dirá pra trepar. Eu quero minha vida de volta. Quero pertencer aos meus 28 anos. Queria ter coragem de fazer plástica ou pular da varanda, mas eu não tenho. Preciso me encontrar, como diria Cartola. Preciso me encontrar. Achei que estava ao menos no caminho... Parece que me perdi outra vez.

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