sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tenho que parar de seguir meu passado, assim como uma sombra, pelos calcanhares. Eu o persigo, não o deixo em paz um só momento. E nisso, meu presente se perde e se desfaz. Se faz miúdo, insignificante, para só ter sentido quando se tornar passado. Esse sim, importante, grandioso e... acabado. Finito como um ponto final mas reticente porque volta, sempre, em minha memória. Tá aí meu martírio cotidiano, cultivado com carinho e melancolia. Uma vida repleta de sonhos e memórias que não constroem nada. Um castelo de areia à beira mar, bem rente às ondas, que vêm e vão, destroem-no e eu o reconstruo, com outros grãos, bordando cada torre com cuidado, mesmo sabendo que elas irão cair novamente e novamente... A arte de construir e destruir. E construir. E destruir. E construir... Eternamente...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É sempre assim. O sono vem e ele adormece como se eu aqui não estivesse. Como se nada nesse mundo fosse mais importante que o cansaço e a exaustão de um dia de trabalho. E eu continuo desperta, sozinha. Sempre só. Ainda mais agora; um apartamento maior nos dá uma sensação mais ampla de solidão. Uma varanda maior, mais espaço vazio, fora e dentro. Penso em como vamos fazer para preencher essas lacunas, se é que essas lacunas se preenchem, se é que lacunas podem ser preenchidas. Ora, se lacunas são, assim são e assim serão. Só não me ensinaram o que fazer com elas assim, lacunas, vazias, ocas, assim ( ) , lacunas que são. Hão de ser eternamente esses espaços que sempre pedem para ser preenchidos. Sempre clamam por isso as pobres lacunas e sempre são acusadas de serem esse vazio que temos dentro de nós. Ah, as malditas lacunas que nos fizeram com (ou sem, já que vazias são?).

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz..... E ele a dormir.


..................................................... E eu acordada.

?????????????????????????? Ainda acordada.


Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz..... Ainda a dormir.



!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Acordada...


E assim se passam todas as noites povoadas de lacunas, repletas de solidão.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

E foi dada a largada...?

Hoje eu tive um sonho estranho... Meu primeiro sonho com você. Estava num lugar, a gente bebeu, você percebeu que eu te dei bola e resolveu investir. FODA-SE. Era um sonho e nos sonhos a gente pode tudo. Você olhava pra minha boca louco pra me beijar, chegava perto, BEMperto, aí des v i a v a o olhar...... Ria. Sorria gostoso, safado, querendo... E aquele frio na barriga voltou. Mesmo em sonho, mas voltou. E forte. A gente entrou num carro e você fez questão de ir atrás comigo... Tinha gente que dizia: cara, não faz isso... cuidado... Mas você tava se lixando porque tava doido comigo. Comigo! E eu doida com você, não evitei.... Deixei..... E você veio. Sentou comigo no banco de trás enquanto alguém dirigia e dizia: cuidado, cara... estão atrás da gente, é perigoso. FODA-SE. E você passava a mão no meu cabelo, chegavaperto, no meu ouvido, passava a sua boca nele, eu sentia sua respiração. ......... Ai, eu dizia. E você ria. Sorria. Lindo... E você buscou a minha boca com uma sede, e eu desviei. Você riu outra vez. Sorriu. E buscou de novo. E eu... busquei também a sua boca, com uma sede imensa e antiga. E o beijo... foi. Do jeito que eu sei que é (porque eu sei. eu já decorei sua boca e sua língua sem nunca ter te beijado. Eu simplesmente SEI que seu beijo é assim.). O carro corria, o cara dirigindo enchia o seu saco: Moleque, não faz isso, porra... olha o povo aí atrás! FODA-SE. Eu não queria, mas acordei. Passei o dia inteiro apaixonada por você.